Amil, obesidade infantil e o ene-á-ótil – uma campanha atual e com textos bem pensados

 

A Amil, empresa de convênio de saúde, está com uma campanha sobre obesidade infantil que considero uma das melhores que já vi. Ela é perfeita no argumento, na construção e na execução.

Vou analisar com vocês todos os fatores que me levam a pensar que ela é tão boa.

Começando pelo tema:

Obesidade é um problema atual e verdadeiro. Entre crianças ela tem crescido cada vez mais, o que pode resultar em uma população de adultos doentes no futuro.

Você imagina o Governo Federal fazendo esse tipo de campanha, mas foi a Amil, uma empresa de convênio de saúde, que traz às televisões brasileiras uma abordagem simples sobre o tema.

Porque a Amil faria isso? O motivo que acredito ser o mais importe é a visão a longo prazo sobre seu serviço. Imagina o prejuízo que um convênio teria se houvesse uma geração realmente doente. Ou os preços subiriam de forma que ninguém conseguiria pagar ou a Amil teria que arcar mais com as visitas médicas e tratamentos, tendo menos lucro.

Você pode pensar que deveria ser o contrário: quanto mais doente, melhor. Mas as doenças ocasionais ainda existirão e é com elas que um convênio médico realmente lucra.

Ao mesmo tempo, os consumidores comuns veem na Amil uma parceira, que está se preocupando com seus filhos. A marca se torna humana e isso aproxima as pessoas dela.

E falando sobre o consumidor: os pais dessa geração, de 15 anos para cá, fazem de tudo para que seus filhos sejam felizes. Buscam tapar qualquer buraco que tenha na vida deles, dando, o que eles acreditam ser, a melhor educação e as melhores oportunidades, além de dizerem menos nãos – inclusive quando as crianças querem comer “porcarias”. Para que essa boa vida seja possível financeiramente, os pais trabalham muito e acabam estando ausentes e não tendo muito tempo para alimentar da melhor forma os seus filhos. Comer bobeira acaba sendo, as vezes, uma saída: pedir uma pizza, levar ao Mc Donald’s, fazer um hot dog caseiro, preparar uma lasanha pronta… É mais rápido que cozinhar legumes.

É uma realidade moderna que a Amil identificou.

A construção e a execução

Achei que a forma como foi construída a criação da campanha é excelente. Foi feita para aproximar o consumidor das propagandas, fazendo com que eles se identifiquem com as cenas.

Mostra que os pais cometem os erros alimentares sem perceberem, inocentes. Não os ataca como vilões. Para isso apresentam o problema em situações do dia a dia, numa crítica construtiva, sútil, mas não necessariamente leve.

O melhor filme para mim é o ‘Resista’. Nele as crianças se mostram birrentas, mas confusas: eu vou chorar… mas não sei o que é diabetes…

O texto é simples, claro e com forte apelo emocional.

O uso de rima no slogan da campanha o deixou fácil de memorizar e a desconstrução da palavra ‘não’, soletrada, deu um ar infatilizado à campanha – que aborda exatamente isso, o infantil.

“Obesidade infantil, êne-á-ó-til” é simples, mas genial, na minha opinião.

Veja o filme ao qual me referi e aos outros da campanha e veja como são bem construídos pela Artplan e que, provavelmente, custou pouco para a empresa.

Esse filme é muito bom, também

E duas ações que a Artplan criou para a Amil

 

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