Uma das técnicas utilizadas no processo criativo é a intertextualidade (textos que dialogam entre si), que pode:
- Ridicularizar o texto – Paródia;
- Apropriar-se do texto – Apropriação;
- Estilizar o texto – Estilização;
- Reafirmar o texto – Paráfrase.
Nesse post irei falar do último recurso.
A paráfrase está ao lado do idêntico e do semelhante, repousa sobre o pré-estabelecido. Ela usa um paradigma já existente e pouco faz evoluir.
Antes de parafrasear, o redator publicitário deve levar em conta a cultura do público-alvo, o conhecimento e o envolvimento desse target em relação ao texto-base.
Para exemplificar, escolhi este anúncio da margarina Amélia, da Vigor (não sei se chegou a ser veiculada e quem a criou).
O texto do anúncio usa a técnica parafrásica quando diz: “Amélia que é margarina de verdade”. Impossível não nos lembrarmos da música Ai que Saudades da Amélia (Ataulfo Alves). Os dois textos se referem à Amélia (tanto à mulher quanto à margarina) como superior, incomparável e única.
Parafraseie:
- Utilize a mesma estrutura e ordem dos conceitos do texto-base.
- Não exclua informações essenciais.
A intertextualidade é facilmente encontrada na literatura, especialmente em Manuel Bandeiras.
Dica de leitura: Do Caos à Criação (Carrascoza, João Anzanello) e Paródia, Paráfrase & CIA (Sant’Anna, Affonso Romano). Li os dois e asseguro que são ótimos.